Estudantes de Santos vão atuar na prática para o monitoramento dos oceanos
Por um escritor misterioso
Last updated 20 setembro 2024
Crianças e jovens santistas como protagonistas do monitoramento e estudo para preservação dos oceanos, incentivando a consciência ambiental desde cedo. Esse é o principal intuito do programa Ciência Cidadã, lançado na manhã desta quinta-feira (13), na Sala Princesa Isabel do Paço Municipal, dentro da programação do evento internacional Diálogos da Cultura Oceânica da Unesco, que acontece nesta semana em Santos. Lançamento da nova fase do programa na Sala Princesa Isabel O programa é resultado de uma parceria entre a Prefeitura, Unifesp e projeto Blue Keepers, da ONU. É coordenado pelo projeto Maré de Ciência (Unifesp) e, no momento, desenvolvido junto às escolas azuis: Unidade Municipal de Educação Prof. João Papa Sobrinho, Escola Estadual Marquês de São Vicente e Colégio Jean Piaget.Escolas azuis são aquelas que têm o tema oceano dentro do currículo e que integram a comunidade escolar na cultura oceânica, incentivando mudanças de comportamento em favor da sustentabilidade dos oceanos. O Ciência Cidadã é uma nova fase do Programa de Identificação das Fontes de Resíduos Marinhos, lançado em 2017, que criou uma metodologia de análise em parceria com com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), a International Solid Waste Association (ISWA) e a Agência Ambiental da Suécia, que se tornou modelo, aplicado em diversas cidades brasileiras, além de três países (Colômbia, Costa Rica e República Dominicana).Material coletado é inserido em banco de dados e tem sua origem e destino estudados Essa metodologia consiste em traçar uma área retangular (com, no mínimo, 15x40 metros) que permite a análise de todos os resíduos encontrados na faixa de areia da praia. A coleta de informações é feita por imagens e amostragens que formam um banco de dados com detalhes sobre o tipo de material coletado, sua origem e o destino ao ser lançado irregularmente.Após cinco anos de operação e baseado em arqueologia, o método santista já identificou mais de 90 tipos de itens descartados incorretamente.NOVA FASENessa nova fase o protagonismo é repassado para os estudantes e educadores, que passarão a ser os responsáveis pelo monitoramento e análise dos resíduos coletados, sempre apoiados por funcionários da Secretaria de Meio Ambiente (Semam), pesquisadores da Unifesp e do projeto Blue Keepers (ONU).Caberá aos alunos, orientados pelos professores, fazerem a coleta de acordo com área de pesquisa de cada escola. O Colégio Jean Piaget ficará responsável pela região da Ponta da Praia; a UME Prof. João Papa Sobrinho cuida da região do Gonzaga, enquanto o EE Marquês de São Vicente se responsabiliza pela análise das áreas dos canais 1 e 2. Os alunos recolherão, sob a supervisão dos professores, os resíduos não orgânicos e levarão para as escolas. Em cada unidade eles serão catalogados e planilhados. Esses documentos servirão para continuar o trabalho de análise iniciado há cinco anos.Desde agosto, todas as comunidades escolares envolvidas estão sendo treinadas e a previsão inicial é de que as pesquisas comecem no início do próximo ano. Nova etapa envolver a turma da UME João Papa Sobrinho, pelo Município, além da EE Marquês de São Vicente e o Colégio Jean PiagetSANTOS COMO EXEMPLOA vice-prefeita Renata Bravo ressalta o orgulho por Santos receber o evento da Unesco sobre os oceanos, além da participação dos estudantes, que podem colocar em prática o que aprendem nas escolas sobre a preservação ambiental. “Estamos deixando um legado, principalmente para essas crianças que vão sustentar o nosso planeta, se falamos tanto de futuro e de progresso precisamos começar já. O importante é colocar a mão na massa e começar a fazer”.A coordenadora do projeto Blue Keepers, Gabriela Otero, elogiou o trabalho desenvolvido em Santos. "Tenho o prazer de acompanhar a trajetória de luta ambiental, o projeto Blue Keepers vai acompanhar essa iniciativa e trabalhar junto com vocês. Novamente vamos levar Santos como exemplo para cidades no Brasil e no mundo”.Marcos Libório, secretário Municipal de Meio Ambiente, também destaca o crescimento das políticas ambientais da Cidade. “De alguma maneira influenciamos na formação de toda uma geração de cidadãos, que desde cedo percebem a responsabilidade que têm em mãos quanto à preservação dos oceanos”.ESCOLA E UNIVERSIDADECoordenadora do projeto Maré da Ciência, desenvolvido pela Unifesp, Bárbara Lage menciona a importância do vínculo entre a academia e a população. “São professores, alunos, comunidade escolar que possuem responsabilidade de usar a ciência para criar conscientização ambiental. A ciência traz o entendimento mais complexo do mundo, reconhece e valoriza os anseios dessa sociedade. Todos somaram conosco e aceitaram um convite para usar a ferramenta da ciência cidadã para monitorar e tomar decisões".ALUNOSA união em torno do meio ambiente fica clara quando se escuta alunos como Júlia Andrade Batista, 10 anos, estudante da 'João Papa Sobrinho', que como jovem cientista foi convidada a discursar no evento. “O oceano faz parte da nossa vida; fico muito feliz por ajudar o planeta como jovem cientista, dividindo isso com os meus amigos, pois não é só ajudar, mas entender o nosso oceano e isso é uma tarefa de todos”.Uma das convidadas do evento e impactada pelo discurso foi a cônsul geral do Canadá em São Paulo, Heather Cameron. “É muito gratificante ver meninos e meninas com tanta consciência e virando líderes nesse compromisso social e ambiental com o planeta”.Júlia, 10, "nosso oceano é uma tarefa de todos"
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